quinta-feira, 8 de julho de 2010



Escreverás meu nome com todas as letras,

Com todas as datas

- e não serei eu.



Repetirás o que me ouviste,

O que leste de mim, e mostrarás meu retrato

- e nada disso serei eu.



(...)



Somos uma difícil unidade

De muitos instantes mínimos

- isso seria eu.



Mil fragmentos somos, em jogo misterioso,

Aproximamo-nos e afastamo-nos, eternamente

- Como me poderão encontrar?



Novos e antigos todos os dias,

Transparentes e opacos, segundo o giro da luz

- nós mesmos nos procuramos.



E por entre as circunstâncias fluímos,

Leves e livres como a cascata pelas pedras.

- Que metal nos poderia prender?

Cecilia Meirelis

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